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16 de novembro de 2015

Como o tempo passa!




A visão típica do tempo é mais ou menos assim. 

Alguns de nós que temos idade suficiente, ficamos um pouco assustados quando vemos nossa fotografia de 20 anos atrás. Envelhecemos. Temos menos cabelo, talvez menos dentes e, certamente, mais rugas. Talvez não tenhamos feito todas as coisas que tínhamos planejado. O tempo passou e cobrou seu preço de nós. Então, o que é essa coisa misteriosa que costura dias, meses e anos de forma tão inexorável? Não podemos vê-lo, ouvi-lo, sentí-lo, saboreá-lo ou tocá-lo. O tempo nos muda - nossa aparência física e experiência interior – mas não conseguimos mudá-lo.

Dizemos que ele voa ou se arrasta, mas na verdade ele só rola para frente com a mesma constância de sempre. Não queremos desperdiçá-lo. Estamos sempre inventando novas tecnologias que supostamente nos ajudarão a "salvá-lo". Criamos todo tipo de novo veículo terrestre, aéreo ou marítimo para que possamos ir de um lugar para outro em menos tempo. Mas, muitas vezes esquecemos que o tempo também é a vida.

Vemos ciclos de tempo. A Terra gira sobre seu eixo e nós o chamamos de um dia. Ela faz uma volta completa em torno do Sol e chamamos isso de um ano. Podemos medir o tempo, mas seus segredos mais profundos nos escapam.

Há uma história sobre um turista rico que visitava uma aldeia de pescadores na Amazônia. Ele tentou convencer um pescador de contratar mais pessoas para ajudá-lo.

A conversa foi assim:

Pescador(P) - Por que eu iria fazer isso?
Turista(T) - De modo que você pode pegar mais peixe.
P - Por que eu iria fazer isso?
T - Então, você poderia ganhar mais dinheiro para investir em sua atividade, talvez comprar mais alguns barcos.
P - Por que eu iria fazer isso?
T - Com mais dinheiro você poderia ter algum tempo para relaxar.
- Mas eu já estou relaxado. Por que eu iria querer mais algum tempo?
- Então você poderia fazer o que faço. Durante um mês a cada ano eu me dedico à pesca e deixo todos os meus problemas para trás.
P - Mas eu já estou pescando ...

Você pode ver para onde a história está indo.

O mistério do tempo tem nos assombrado ao longo da história, ao ponto de termos uma relação ambígua com ele. Queremos salvar o tempo, tanto quanto pudermos, mas quando o temos disponível, será que sabemos realmente como fazer o melhor uso dele? Trabalhamos como loucos durante o dia pensando sobre o tempo que teremos para relaxar à noite. Lutamos durante a semana para desfrutar do nosso fim de semana. Nos matamos durante o ano para desfrutar das nossas férias anuais e do nosso merecido descanso. Os anos passam e começamos a planejar nossa aposentadoria, que passa mais rapidamente do que queremos. A velhice traz doença e, finalmente, a morte do corpo acontece. Assim, achamos que nosso tempo acabou. Mas, será?

Compreender o tempo a partir da perspectiva de ser uma alma eterna, desempenhando um papel neste enorme palco do mundo, nos leva a um nível diferente de percepção, no qual o tempo se torna tão importante como a nossa consciência. A vida é uma mistura feliz de ambos.

Trecho de um livro que está para sair. Aguardem:
O Carrossel do Tempo, por Ken O'Donnell

Video "Deep Meditation Experience"


Link para o video em alta resolução. 

6 de novembro de 2015

O custo invisível de conflitos


Há conflitos de todo tipo entre seres humanos. Nesta época de pânico e confusão por causa da crise financeira, eles se tornam mais exacerbados que nunca. Se conflito pode ser definido pelo atrito que acontece quando duas ou mais pessoas ou grupos tentam ocupar o mesmo ‘espaço’ ao mesmo tempo, a possibilidade que isto aconteça neste momento atual de caos, é muito grande.
Este ‘espaço’ pode ser físico no caso de duas pessoas com pressa tentarem pegar o último taxi no ponto. Pode ser emocional quando as partes envolvidas querem possuir as mesmas terras históricas. Pode ser uma briga por incompatibilidade psicológica entre posições, avaliações, interpretações ou ideologias. E geralmente custa caro.
Com tudo que passa, os pavios curtos estão soltos e levam a disfunções nas nossas organizações. Os contatos entre pessoas se tornam mais estressantes e as regras de convivência ficam menos claras. Os relacionamentos, a produção, os planos, os clientes e consumidores e por fim a sociedade e o meio-ambiente – todos sofrem.
Pelo fato de que os conflitos façam uma parte central do convívio humano desde o começo da história registrada pelo menos, dificilmente encontraríamos alguém que nunca tivesse sofrido prejuízo pessoal por causa deles. O problema não são os conflitos em sí mas como os percebemos e lidamos com eles. Bem compreendidos e trabalhados, eles são propulsores de mudanças positivas e necessárias. Se não, podem causar grandes perdas e atrasar nossos melhores planos a pesar das intenções nobres. Frequentemente, não é a melhor idéia que prevalece, mas o ego mais forte ou melhor amparado.
No contexto de empresas, a lista de vítimas de conflitos é grande - oportunidades de negócios perdidas, separação de sócios, desmotivação, alta rotatividade de pessoas, mau atendimento a clientes e eventualmente sabotagem, litígio, assédio e até agressão séria. Dizem que as pessoas não deixam empresas quando pedem as contas. Deixam chefes ou colegas intragáveis.
Pela velocidade alucinante das mudanças e pela defasagem entre o que sabemos fazer o o que temos de fazer,ficamos sem o tempo necessário para compreender e administrar os conflitos no dia-a-dia. A falta de tempo também nos remete a um tratamento superficial e sintomatico dos conflitos sem ir para suas causas verdadeiras. Isso leva a maioria a simplesmente fingir que não acontecem, tentar fugir deles ou abafá-los com os famosos 'panos quentes'. As situações que os conflitos não-resolvidos produzem, perduram e crescem como um cáncer sútil organizacional.

As pessoas realmente só tentam resolvê-los quando são difíceis e caros demais para solucionar. 
Como disse o poeta americano Ralph Waldo Emerson “Só estudamos a geologia depois do terremoto”. O único problema é que o terremoto já causou seus danos.
Quase sempre, os perdedores maiores de conflitos grandes entre interesses econômicos, governos e tradições religiosas são a sociedade e o meio-ambiente. Milhões de pessoas comuns alimentam com suas vidas as guerras e pobrezas causadas pelas intransigências dos políticos As espécies continuam desaparencendo, as floresta minguam e os céus se tornam mais negras e o clima mais quente – muitas vezes pelos embates e degladiações dos ‘líderes’ que não querem ou não podem chegar aos acordos necessários para um mundo sustentável.
Os benefícios que surgem da compreensão para prevenir e lidar com conflitos de uma forma sistêmica são enormes. O lado bom é que conflitos deixam às vistas exatamente os problemas que precisam ser resolvidas e frequentemente apontam às pessoas que precisam entrar, sair ou mudar de lugar na organização.
Imagine uma espécie de ‘egômetro’ na sua empresa capaz de medir o custo de egos exacerbados e seu efeito nos números mensais. Os conflitos definitivamente impactam no balanço. O problema é que são difíceis de medir e portanto ignorados em nome da racionalidade.
Devemos sempre procurar compreender as complimentaridades escondidas nas aparentes incompatibilidades. Há uma história do temor que um rei do atual estado de Gujarat (costa oeste da Índia) tinha quando grandes contingentes de ‘parsis’ chegaram vindo da atual Iran. Eles eram praticantes da religião de Zoroastrianismo (adoradores de fogo) expulsos pelos muçulmanos.
Para mostrar que não havia espaço para dividir com tanta gente, ele mandou um copo grande de leite completamente cheio. A resposta do líder dos parsis foi devolver o copo acrescentado de um pouco de açucar com a mensagem:‘Podemos conviver como leite e açucar’. Assim tem sido até hoje. Não é uma má idéia.